Pular para o conteúdo

Mostra Cultural Xokleng e Kaingang fortalece integração comunitária e reafirma luta pela Terra Sagrada

Nos dias 26 e 27 de setembro, a Retomada Xokleng e Kaingang, localizada na Floresta Nacional de Três Barras,  recebeu a Mostra Cultural Xokleng e Kaingang, um encontro marcado pela integração comunitária, pelo compartilhamento de saberes, valorização das tradições indígenas e pela retomada da luta pelo território. 

Durante os dois dias de atividades,  teve vivências culturais, rodas de conversa, apresentações tradicionais, mostra de artesanato e comidas da culinária tradicional. O encontro também contou com cantos e outras expressões artísticas, valorizando a diversidade cultural e a memória ancestral dos povos Xokleng e Kaingang.

Uma das atividades centrais foi a roda de conversa sobre a Retomada, processo de recuperação e reafirmação dos territórios tradicionais, das práticas culturais e dos direitos históricos dos povos Xokleng e Kaingang. Durante o encontro, o cacique Dili Copacã, do povo Xokleng, destacou a importância da defesa desses direitos: “A luta dos povos indígenas é o mínimo que as pessoas merecem: ocupar o território com dignidade. A luta é por viver numa terra que possamos habitar livremente, trazer nossa cultura e conhecer onde a terra é fértil para o pinhão”, afirmou o cacique.

Pela sua parte, Nandja Chirlei da Rocha, do território Goj Kona, em Blumenau (SC), reforçou a dimensão ambiental e de futuro da luta indígena: “A gente conta com vocês, pessoas não indígenas. Não é uma luta qualquer, é uma luta de futuro, porque sem planeta, sem água, sem oxigênio, as pessoas não vivem. Nós, povos originários, estamos aqui para transformar essa Floresta Nacional de pinos em uma floresta de verdade, uma floresta que respire, que traga oxigênio para as pessoas não indígenas, e para que nossas crianças tenham um futuro de paz”, afirmou.

A Mostra abriu espaço para o debate sobre a defesa da Terra Sagrada de Três Barras, representantes de ambas comunidades contaram a história da luta, liderada pela Cacica Cullung Vetia Teie, reafirmando o compromisso coletivo com a resistência e com o direito ao território. 

Representantes do Comitê de Cultura do Estado de Santa, Samira Sinara e  Ani Castrellón acompanharam as atividades, assim como também, Alith Moura de Freitas (Agente Territorial de Cultura) fortalecendo o diálogo com as comunidades indígenas sobre suas necessidades, expressões culturais e modos de vida. A presença do Comitê reforçou o compromisso institucional com políticas culturais inclusivas e com o reconhecimento dos povos originários como protagonistas na construção da diversidade cultural catarinense.

Teve representação de pessoas não indígenas que buscam entender de que forma podem apoiar na luta pelo território é o contexto atual das comunidades indígenas. O evento deixou uma marca profunda de aprendizado, escuta e valorização das tradições, reafirmando a importância da cultura indígena como base viva da história e da identidade de Santa Catarina.

Por Ani Castrellón – Comunicação do Comitê de Cultura SC.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *